terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A vista de cima é mais bonita

De direita ou de esquerda. Gay ou hétero. Cristão ou pagão. Flamenguista, corintiano ou simpatizante do XV de Piracicaba. Roqueiro ou pagodeiro. Qual a sua tribo? A minha é uma só: a tribo da liberdade.
Detesto rótulos, de qualquer tipo. Não sinto essa necessidade louca e desenfreada de levantar bandeiras como a maioria. Visto a camisa com a mesma facilidade com a qual viro a casaca.

Há quem diga que esse é o típico comportamento de quem não tem personalidade. Eu discordo. É preciso uma boa dose de personalidade para aceitar a condição de ser humano comum, passível de erros e acertos, nem melhor nem pior que ninguém.
Como indivíduo pensante, permito-me mudar constantemente. Mudar minhas opiniões, meus hábitos, preferências e referências. Sem culpa, sem amarras.

O avanço tecnológico possibilitou o livre acesso à informação (o que é ótimo), entretanto, gerou uma epidemia de militantes compulsivos.
Nas redes sociais, todo mundo quer ser mestre em tudo; todo mundo quer parecer mais interessante, mais feliz e mais inteligente do que realmente é; todo mundo quer ter uma ideologia; todo mundo quer ser advogado e juiz. Não basta refutar um ponto de vista diferente do seu com bons argumentos, afinal, o debate caiu em desuso. O legal agora é atacar. Discussões que poderiam (e deveriam) ser saudáveis tornaram-se verdadeiras batalhas verbais, por todas as causas e por causa de nada.

Então, eu me pergunto: para que vou perder meu precioso tempo tentando defender uma ideia, se as pessoas não estão abertas para analisá-la? Dá um desânimo...
Admiro quem se dedica inteiramente àquilo em que acredita, juro. O que me incomoda é quando o conceito vira fanatismo.
Ao meu ver, toda verdade é absoluta até que se prove o contrário. Eu tenho minhas verdades, mas não sou escrava delas. Aqueles que estão sempre tentando provar algo, acabam se perdendo dentro de sua própria razão. Ou acabam perdendo a razão.

Por isso, meu posicionamento nem sempre é nítido (o que não significa que seja nulo). Prefiro manter-me calada a entrar em conflitos desnecessários. Uma coisa eu garanto: a vista daqui de cima (do muro) é mais bonita.